Em julho, finalmente entrou em vigor a portaria assinada em conjunto pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Infraestrutura, que torna obrigatório o registro de recall pendente no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo. Com isso, ao comprar um carro usado, o consumidor poderá se certificar de que o chamado para manutenção foi atendido e que as peças automotivas estão em dia.
No Brasil, menos de metade dos proprietários atendem aos chamados para recall da montadora. Isso é uma questão bastante grave. Afinal, além de levar à depreciação precoce do veículo, também coloca o usuário e demais pessoas em risco.
Mas, você sabe o que é o chamado para recall e o que isso tem a ver com a necessidade de substituição de peças automotivas? Confira em nosso post!
Entenda o que é o recall automotivo
Quando uma montadora detecta algum problema em determinados veículos de sua linha, é comum que ela chame os proprietários para que o reparo seja realizado. Órgãos de defesa do consumidor, como os Procons estaduais, devem ser comunicados, e o chamado para recall precisa ser publicado em veículos de comunicação e no site do fabricante.
O proprietário deve levar o veículo para reparo, para garantir sua própria segurança. Porém, não existe prazo para isso, o que acaba levando muitos consumidores a adiarem essa obrigação.
Assim, infelizmente a adesão acaba sendo bastante baixa. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Justiça, das 701 campanhas de recall (envolvendo automóveis, motocicletas e caminhões) realizadas nos últimos cinco anos, 189 apresentam níveis de comparecimento do proprietário abaixo de 10%, e 103 entre 10 e 40%.
Sem a manutenção em dia, os veículos ficam sujeitos a diversos problemas, comprometendo especialmente a segurança no trânsito. Por essa razão, foi criada a portaria que estabelece que o recall pendente será registrado na documentação do veículo.
Descubra a importância de trocar peças automotivas de veículos chamados para recall
Como explicamos, na grande maioria dos casos a necessidade de recall está relacionada à segurança do condutor e demais usuários das vias. Afinal, o defeito pode causar acidentes ou, no mínimo, expor o motorista a riscos.
Apenas a título de exemplo, em 2017, a Toyota fez um recall de alguns modelos, por problemas no airbag. Conforme a Associação de Consumidores, dos 223 mil convocados, apenas 6.464 compareceram ao chamado. Esse número representa menos de 3% dos chamados.
Diante dos riscos e da baixa adesão dos proprietários ao chamado para substituição de peças automotivas com necessidade de reparo, a anotação da pendência no documento é vista como uma forma de garantir maior segurança. Afinal, ninguém vai querer comprar um veículo usado sabendo que o chamado para recall não foi atendido, não é?
No entanto, a iniciativa do Governo é discutível. O próprio motorista deveria ter consciência dos riscos e da necessidade de troca de peças automotivas, sem que houvesse obrigação. Talvez uma ação mais interessante fosse investir em campanhas de conscientização, despertando o senso de responsabilidade do consumidor.
De qualquer maneira, a medida garante a segurança de quem vai comprar um veículo usado. Se esse é seu caso, fique atento à documentação e realize a manutenção periódica. Isso garante o melhor desempenho e a sua segurança. E quando precisar substituir outras peças automotivas, independentemente do recall, consulte o 10Km!