A frase que serve de título a este texto foi dita por Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors na América do Sul, durante o Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-Move), que aconteceu em São Paulo, no início de outubro. Segundo ele, o crescimento da eletromobilidade é inevitável e todo brasileiro vai querer ter um carro elétrico.
Na prática, entretanto, o mercado consumidor não está tão otimista. Afinal, o preço de um veículo elétrico simples gira em torno de R$ 200 mil, o que representa uma grande barreira para a disseminação da tecnologia.
Quer saber mais sobre eletromobilidade e as tendências desse mercado? Então, continue a leitura de nosso post!
Por que o carro elétrico ainda está distante da realidade dos brasileiros?
Os veículos elétricos trazem várias vantagens para os consumidores e também para o meio ambiente. Além de não produzirem ruídos, os carros não emitem gases poluentes e não sobrecarregam a rede elétrica. Também têm menor custo de manutenção e consumo energético.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética, até 2030 os elétricos não deverão ter relevância estatística no país. Porém, alguns estudos apontam que em 2050 os modelos elétricos e plugin híbridos devem corresponder a 50% das vendas de veículos leves.
No entanto, até atingir esse volume de venda, o carro elétrico ainda precisa superar algumas barreiras, confira!
Falta infraestrutura de recarga para o carro elétrico
Hoje, ainda existem poucos locais públicos onde é possível carregar a bateria do veículo. Embora uma possibilidade seja o carregamento na própria residência, grande parte dos imóveis não está preparada para isso. Imagine, por exemplo, como seria a instalação e individualização de carregadores em um condomínio com vários andares e vagas de garagem.
Um carregador de parede (Wallbox), que normalmente carrega 80% da bateria no período de 6 a 8 horas, custa em média R$ 7 mil. Apesar do investimento, no longo prazo esse custo acaba sendo pago com a economia de combustível e menor necessidade de manutenção.
O custo de energia por quilômetro rodado é estimado em R$ 0,08, enquanto o modelo movido a gasolina ou etanol gasta mais de R$ 0,50.
O preço é elevado
O preço do carro elétrico mais barato à venda no Brasil, oJAC iEV20, apresentado ao mercado em setembro, é de quase R$ 120 mil. Já o Renault Zoe, segundo mais em conta, chega perto de R$ 150 mil. Ambos são modelos simples, sem luxo.
O Bolt, da Chevrolet, custa R$ 175 mil, enquanto o Nissan Leaf chega a R$ 195 mil. O preço de opções mais sofisticadas, como o Jaguar I-Pace (R$ 437 mil) é ainda mais impeditivo. Com esse valor, o motorista pode optar por veículos de luxo e melhor desempenho, movidos a gasolina ou etanol (ciclo Otto).
Os valores são tão altos em função de a tecnologia não ser nacional. O custo das baterias é elevado e, apesar da recente redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que passou de 25% para 7%, a tributação contribui para aumentar o preço ao consumidor.
Será que a eletromobilidade é uma solução?
Apesar das atuais barreiras, o mercado acredita que a eletromobilidade é um caminho sem volta. Entretanto, o uso dos veículos deverá ser, prioritariamente, para frotas ou carros compartilhados (car sharing). Além disso, é uma solução interessante também para veículos pesados urbanos, como os ônibus de transporte de passageiros.
Por enquanto, o consumidor comum deverá continuar apostando nos modelos convencionais, que cabem em seu bolso. Aliás, diante do atual cenário de retração da economia, a perspectiva de substituição da frota atual por modelos elétricos parece bem distante da realidade.
Gostou de saber mais sobre as tendências para o carro elétrico? Mas, enquanto você ainda não pode ter um, cuide do seu veículo atual. Fique atento aos prazos de troca de óleo e peças e evite problemas, como o aumento do consumo de combustíveis, que também leva à elevação das emissões.
Quando precisar de manutenção, não esqueça de consultar o 10km! Nós ajudamos a encontrar o melhor custo-benefício para as compras de peças automotivas!